Amazônia-1: primeiro satélite 100% brasileiro vai para o espaço neste domingo

27/02/2021

Quando o brasileiro acordar neste domingo (28), poderá olhar para o céu e se orgulhar. Mesmo sem conseguir ver, é lá que estará o primeiro satélite fabricado no país: o "Amazônia-1". O lançamento está marcado para a madrugada - 01h54 (horário de Brasília) - direto da Agência Espacial em Sriharikota, na Índia.

O Amazônia-1 é um marco. E o nome não é por acaso. Trata-se do primeiro satélite de mapeamento projetado e construído no Brasil. O lançamento é parte da Missão Amazônia que, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) vai monitorar áreas desmatadas, agrícolas, além de desastres ambientais.

A Agência Espacial Brasileira já participou de outros lançamentos anteriores, mas sempre em parceria com outros países. Nos últimos anos, a China foi o maior parceiro brasileiro na sua expansão espacial. É o que explica Lucas Fonseca, engenheiro aeroespacial formado na Universidade de Supaero, na França: "É a chamada família CBERS - programa de cooperação tecnológica Sino-Brasileiro. E, atualmente, temos dois deles voando, por isso o Amazônia-1 é um satélite complementar aos que já estão no espaço".

Uma vez no espaço, sua função é produzir a captação de imagens que auxiliem na inteligência e no combate ao desmatamento. Além disso, o Amazônia-1 tem como 'missão secundária' a obtenção de imagens da costa brasileira - para a área de segurança - e do setor agrícola brasileiro. "O satélite consegue enxergar faixas na frequência de luz e as câmeras do Amazônia-1 enxergam 4 faixas diferentes. Ou seja, cada uma destas faixas te possibilitam uma melhor análise de um estudo específico. Se preciso investigar um vetor de infestação de pestes no campo, existe uma faixa de luz que é mais adequada para realizar este estudo.

Vida útil: quatro anos

Mesmo não sendo uma referência no mercado aeroespacial, já que há outras empresas que disponibilizam de satélites e inteligências no setor de mapeamento - como a NASA - o lançamento é uma busca do Brasil por relevância, soberania aeroespacial e acesso a dados sem depender de um parceiro. O Amazônia-1 sequer partiu e já tem data para acabar, já que sua vida útil é de quatro anos.

O calendário completo da missão prevê o lançamento de mais dois satélites : o Amazônia-1B e o Amazônia-2.

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